Tuesday, July 27, 2010

Férias


Estarei de férias do blog durante aproximadamente um mês, porque vou fazer um curso de Verão em Kiruna, no norte da Suécia, sobre exploração espacial.

Na fotografia, o Esrange Space Center, perto de Kiruna.

Friday, July 23, 2010

A ler, no De Rerum Natura

Thursday, July 22, 2010

Educação em Plano Inclinado

O Plano Inclinado do passado sábado foi sobre educação, tendo como convidada a professora Rosário Gama. Deste programa, cujo video se encontra abaixo, gostaria de destacar três momentos, que me parecem especialmente relevantes.

O primeiro tem que ver com uma frase dita por Rosário Gama em que chama a atenção para o facto de testes facilitistas não distinguirem alunos. Um exemplo: na sua escola, alguns professores mais exigentes vêem as notas dos alunos subirem nas avaliações externas. Aqui, alunos de 13 e 14 passam a 18 e 19, o que faz com que desapareça a distinção estes alunos e os alunos que já têm excelentes notas. Isto é preocupante por duas razões: é injusto e um desincentivo para os melhores alunos e não reflecte o estado da educação nas estatísticas.

Outra coisa interessante que Rosário Gama refere, embora pareça paradoxal, acaba por ser verdade. A professora diz que os alunos gostam dos professores exigentes. Medina Carreira desconfia, mas Nuno Crato confirma que é verdade, e explica muito bem porquê. Num reino onde a balda é a regra, os alunos percebem que onde há exigência vale a pena trabalhar porque de facto aprende-se alguma coisa. Com os professores baldas, pode ser tudo muito divertido ao início, mas pouco depois torna-se óbvio de que tudo aquilo é uma perda de tempo irrelevante. Da minha experiência enquanto estudante, também confirmo, de uma forma geral, o que foi dito pela professora Rosário Gama.

Finalmente, há um dado importante sobre a importância dos exames. Rosário Gama diz que o estudo dos alunos é melhor quando são avaliados por exames. É verdade. O interesse dos exames nacionais não é só avaliar de forma justa e igual todos os alunos de Portugal. É também obrigá-los a estudar de forma séria, aumentando o grau de aprendizagem e de conhecimento.


Tuesday, July 20, 2010

A ler

Sucesso Finlandês na Educação


A Finlândia tem sido um exemplo de sucesso no que diz respeito à educação. Por isso, José Sócrates cita frequentemente o exemplo finlandês, embora não se perceba muito bem porquê visto que o que se faz cá é exactamente o contrário. Deixo aqui três videos que falam por si (os dois últimos estão relacionados) em que é possível ver como funciona uma aula na Finlândia:
No primeiro video, pode-se reparar que nalguns momentos existe um ambiente de total descontracção, em que a aprendizagem se torna um jogo, mas noutros existem também alguns métodos tradicionais, actualmente muito odiados por algumas pessoas, que se baseiam na reptição em simultâneo com a professora, por exemplo. Este é o momento de aprender; depois, quando se sabe e se tem interesse, aquilo que se aprendeu pode evidentemente tornar-se divertido e até fazerem-se jogos com o conhecimento. No entanto, não é possível jogar com o saber quando não se sabe.

Os dois últimos videos acompanham uma aula prática de ciências em que os alunos têm que dissecar um peixe. A certa altura, o jornalista inglês faz uma observação essencial: o trabalho que os alunos ali estão a fazer não é um mero trabalho prático de observar e cortar, mas também analítico. A professora finlandesa concorda, chamando a atenção para o tempo mais essencial da actividade: o tempo para pensar.

Esta situação lembrou-me o que disse a professora Maria do Carmo Vieira quando foi ao Plano Inclinado, criticando os horários, o número de disciplinas dos alunos e os conteúdos programáticos, afirmando que não só se tirou o tempo para os alunos pensarem, como também se tirou dos conteúdos tudo aquilo que faz pensar e que incita a reflexão.

Finalmente, vale a pena chamar a atenção para um último ponto. Este tipo de actividades lúdicas que se fazem nestas aulas não são possíveis quando não se sabe. Não valeria a pena colocar alunos nas salas de aula portuguesas a dissecar peixes e a fazer jogos matemáticos. Para isso, já tinham antecipadamente que saber o suficiente de biologia e de matemática.

Monday, July 19, 2010

A ler

Visões sobre a utilização da calculadora no ensino básico ouvidas no encontro da SPM em Leiria


Estive em dois dos três dias do encontro da Sociedade Portuguesa de Matemática, em Leiria, realizado nos dias 8 a 10 do presente mês, durante os quais tive oportunidade de ouvir várias visões sobre a utilização da calculadora nas disciplinas de Matemática em turmas do ensino básico.

Uma das visões consiste na proibição de se utilizar da calculadora na sala de aula. Desde os testes aos exercícios que se fazem na aula ao longo do ano, os alunos não deviam poder utilizar de todo a calculadora, talvez exceptuando um ou outro caso pontual, em que fosse devidamente autorizada.

Outro ponto de vista que tive oportunidade de ouvir propunha que a calculadora devesse ser utilizada para cálculos em que é de facto útil utilizá-la, ou seja, quando é mais fácil e rápido do que fazer o cálculo à mão ou de cabeça.

Esta visão parece-me preocupante, por duas razões. Primeiro, porque para os alunos aprenderem a distinguir entre os cálculos que se fazem mais rápido de cabeça e os que se fazem mais rápido na calculadora, é preciso praticarem "à mão" muito de ambos. Se um aluno puder sempre usar calculadora, nunca irá aprender a distinguir 50*27*2 de 12*17*6 em termos de rapidez de cálculo mental.

A segunda razão é que é perigoso afirmar que se deve sempre permitir aos alunos utilizar os métodos mais fáceis e rápidos. É evidente que ninguém, no quotidiano, vai fazer 253*439*13 à mão se tiver uma cálculadora ao lado, mas isso não significa que o mesmo se aplique a um aluno. Seguindo esta lógica, nas disciplinas de Análise ou Cálculo de uma faculdade, só se pediria aos alunos para fazer primitivas de constantes, polinómios ou exponenciais (sem funções compostas), que são rápidas de fazer de cabeça; primitivas por partes ou por substituição ficariam reservadas para programas de computador ou calculadoras avançadas (que hoje em dia já não são raras) fazerem.

Finalmente, a professora Liping Ma apresentou uma visão interessante acerca da utilização das calculadoras, mas, na minha opinião, sem aplicabilidade prática numa sala de aula portuguesa. Liping Ma disse que, de vez em quando, os alunos deveriam ter acesso a calculadoras, mas não as deveriam utilizar como uma ferramenta, mas sim como um brinquedo. Por outras palavras, as calculadoras não podiam substituir o cálculo manual em que se praticam os algoritmos, mas simplesmente ajudarem os alunos a confirmar as suas contas e a perceberem as suas potencialidades.

Esta ideia lembra-me uma história contada por Nuno Crato no Prós-e-Contras de um colégio Norte-Americano em que os professores não podiam vigiar provas, pois se um aluno fosse apanhado a copiar, os próprios colegas o colocariam fora da sala. Também esta ideia é interessante, mas, como se pode calcular, não se poderia aplicar numa sala de aula portuguesa, pois ninguém a cumpriria. Ambas requerem algo que, actualmente, os alunos portugueses não têm: responsabilidade, esforço e vontade de aprender.

Sunday, July 18, 2010

Conferências de Brian Brushwood sobre Pseudo-Ciência


Como disse Carl Sagan, o grande antídoto para a pseudo-ciência é o cepticismo e ter um entendimento básico dos métodos científicos. Isto é o essencial para que se torne evidente que as tretas que nos vão tentando impor (desde a astrologia à homeopatia, passando pelos ovnis e pelas teorias da conspiração) são de facto falsas.

No entanto, nem sempre é fácil desmascarar estes charlatães profissionais, mesmo quando é óbvio que o são. Por isso, não são os cientistas, que não estão habituados aos típicos truques sobre como enganar o público, quem eles mais receiam. Não me lembro se foi o Richard Dawkins ou o Michael Shermer que uma vez disseram que, nesses espectáculos onde se supostamente se demonstram capacidades telepáticas e outras situações análogas, o grande medo desses aldrabões é ter alguém como o James Randi na primeira fila.

Randi é um mágico profissional que, durante a sua vida, procurou denunciar aldrabices e transmitir uma cultura de cepticismo ao público. E por isso é que são os mágicos, pessoas com a mente altamente treinada para detectar truques e ilusões que enganam quem está do outro lado a assistir, que esses charlatães verdadeiramente receiam.

Depois de Randi, outros mágicos têm procurado seguir o mesmo caminho de não só fazer espectáculos de magia, mas também de denunciar as tretas que se vão tentando impor à sociedade e nas quais muita gente acredita. Um deles é Brian Brushwood que, numa série de conferências intitulada Scams, Sasquatch and the Supernatural, explica, entre outras coisas, porque é que não somos visitados por ovnis, porque é que a memória é tão facilmente enganada, o mistério dos crop circles, a aldrabice de algumas medicinas alternativas e como às vezes é difícil ter uma noção intuitiva das leis das probabilidades.

Aqui ficam os links para as várias partes da conferência:

Plano Inclinado com Alexandre Soares dos Santos

O Plano Inclinado do passado sábado, com Alexandre Soares dos Santos, presidente do conselho de administração do grupo Jerónimo Martins, foi excelente. Soares dos Santos falou, essencialmente, sobre a importância das empresas privadas, porque é que não se investe mais em Portugal, e, finalmente, sobre a necessidade de chamar a atenção da sociedade civil para os problemas do país, para que se exija que medidas sérias sejam tomadas, e não apenas medidinhas que só têm em vista a presente legislatura.


Saturday, July 17, 2010

Entrevista a José Mourinho


Hoje, no Jornal Nacional da TVI, entrevista a José Mourinho.

A ler

  • O Estado da Educação, também no Educação do meu Umbigo; o balanço de Paulo Guinote sobre o que se passou neste ano lectivo nas escolas

Friday, July 16, 2010

The Thin Red Line - Criterion


Em Setembro, a Criterion vai editar em DVD e Blu-Ray um dos mais belos filmes de todos os tempos: The Thin Red Line, de Terrence Malick, esse poeta das imagens e das relações humanas. Finalmente, esta obra-prima intemporal tem uma edição à altura.

Para além da qualidade Criterion que estará certamente garantida na imagem, com transferência aprovada por Terrence Malick, a edição tem ainda uma série de extras que se podem encontrar aqui.

Abaixo, deixo o trailer e alguns excertos de um artigo que João Bénard da Costa escreveu sobre este filme, que utiliza um cenário de guerra para tratar de tudo o que aflige o ser humano: da solidão, da esperança, do medo, do amor, da coragem, do desespero, da morte, e da vida.
A luz, a luz tropical, invade tanto tudo que nem reparamos bem que o dia claro é também baço e que as húmidas nuvens cobrem o sol. Até que há (imenso plano geral) esse enorme "arrepio" da verdura, sacudida pelo vento. "The close you are to Caesar, the greater the fear". A escuridão adensa-se? Pelo contrário, o sol brilha e torna tudo ainda mais verde (a côr do medo, diz-se) e ainda mais suave. E basta esse sinal de luz - essa mudança de luz - ("let there be light") - para sabermos, antes, que à visão do paraíso se vai suceder a do inferno, que a morte vai ceifar a vida. É preciso ser-se absolutamente genial para conseguir um tal plano e um tal absoluto. (...)
Quando os sobreviventes da chacina chegam ao alto da colina e enfrentam os japoneses, vemos homens tão apavorados como apavorados víramos os brancos no início. Há um americano que conversa com um japonês agonizante. Em voz baixa, num tom neutro, diz ao moribundo coisas horríveis (...). Que pensará o japonês enquanto o ouve? Perceberá a agressão, o ódio, ou levado pelo tom de voz, julgará que aquele outro homem o consola à hora da morte? Quando já tivemos tempo para pensar nisto tudo, começa a falar. E é a nossa vez (e vez do americano) de nada percebermos. O moribundo responde ao ódio com ódio? Fala de si próprio e das saudades de quem vai deixar? Tenta transmitir uma mensagem? Pede perdão? Nunca saberemos. Mas sabemos que, naquele campo de medo e naquele campo de sangue, não há diálogos, mas só monólogos.


Thursday, July 15, 2010

A ler

  • A educaçãorrota, no De Rerum Natura; um excerto de um artigo sobre o estado da educação, escrito por Santana Castilho que saiu no jornal Público dia 23 de Junho

Notas sobre o caso Polanski

Em 1977, quando o realizador Roman Polanski tinha então 44 anos, teve relações sexuais com uma rapariga de 13 anos. No ano seguinte, um dia antes da sentença ser anunciada, o cineasta fugiu dos Estados Unidos da América para viver em França. Devido às complicadas leis de extradição entre a França e os EUA, Polanski nunca mais foi a tribunal americano. No entanto, durante uma visita à Suiça o ano passado, o realizador foi preso, embora pouco depois libertado sob caução. Os EUA pediam a sua comparência em tribunal, mas há 3 dias a justiça suiça pôs um ponto final nesta situação: Polanski não irá a tribunal.

Sobre esta situação, algumas notas:

1) A onda de apoio a Roman Polanski que circula em alguns meios intelectuais e artísticos, tanto europeus como americanos, é absolutamente desonesta. Por ser um realizador com algum talento, Polanski não pode ser tratado de forma diferente do cidadão comum no que diz respeito à prática de crimes.

2) Um dos argumentos utilizados pelos seus defensores é o da sua vida difícil. Viveu a infância num gueto, os seus pais morreram em campos de concentração, e a sua ex-mulher Sharon Tate foi brutalmente assassinada em 1969 num caso que chocou os EUA. Contudo, mais uma vez, uma vida dramática não desculpa a prática de crimes. Se assim fosse, quantos criminosos teriam de ser libertados?

3) Esta desonestidade intelectual tem como cúmulo o que recentemente se passou com a Igreja, cujos casos de pedofilia causaram as reacções que têm sido vistas nas notícias. Parece que algumas elites intelectuais europeias e americanas têm a estranha capacidade de distinguir entre dois tipos de pedofilia: a pedofilia má, cometida por padres e outros membros do clero; e a pedofilia desculpável, aquela que é cometidas por artistas de renome. (A Igreja, claro, tende a fazer a distinção ao contrário.)

4) Esta situação não devia ter discussão possível, por isso é que fico tão espantado com as ondas de apoio que vão surgindo. O caso é muito simples: Polanski cometeu um crime grave, e como tal deveria ser julgado por isso.

Wednesday, July 14, 2010

Ensino Básico no caminho certo?


A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) tem vindo a dizer desde há já algum tempo que os exames de matemática não são comparáveis de ano para ano, mudando constantemente de dificuldade. Não sei se foi o ano passado ou se foi há dois ou três anos, o Ministério da Educação reagiu a esta crítica da SPM dizendo que não é nada disso que se passa, e que na verdade as provas têm sempre a mesma dificuldade e que a subida de notas dos alunos que se revelou nos anos anteriores era consequência das alterações nos programas e da melhor preparação dos alunos.

Como é evidente, ninguém acreditou nisso, talvez à excepção de uma suposta "especialista" em exames nacionais entrevistada pelo Público há algum tempo (infelizmente já não consigo encontrar a entrevista original, mas quanto a isso não há melhor do que ler um texto [parte1 - parte 2] de Filipe Oliveira, que também inclui excertos da entrevista original). À parte dessas excepções, todos sabemos que a SPM tem razão quando diz que os exames têm mudado de dificuldade de ano para ano. E a prova de que a SPM está certa é que os comentários que faz sobre a exigência de cada exame estão sempre em conformidade com as notas que passado algumas semanas são lançadas. O exemplo do exame nacional de 9º ano deste ano foi notável, pois a SPM aplaudiu o aumento de exigência e fez inclusivé bastantes elogios à prova. Consequência: as notas baixaram.

Neste artigo que acabo de citar, Miguel Abreu, o novo presidente da SPM que acabou de suceder a Nuno Crato há uns dias, diz algo absolutamente fundamental no que diz respeito a exames nacionais, embora seja uma coisa de que muita gente se esquece: "Não devem ser os exames a adaptar-se aos alunos (...). O que se tem que fazer é trabalhar para que os alunos obtenham positiva em exames com um nível de exigência adequado e isto consegue-se com um melhor ensino". Resta saber se este caso particular do exame nacional do 9º ano de 2010 é apenas uma gota no oceano, ou se o ensino básico vai, de facto, no caminho certo.

Reorganização

Por considerar que os labels nos posts antigos deste blog estavam desorganizados e confusos, eliminei-os, para que a partir de agora seja possível manter uma maior organização. Como tal, não será possível pesquisar por posts antigos através de labels. Contudo, continuam todos eles disponíveis no arquivo do blog.

Polvos Oráculos

Existe algum exagero face à proeza de Paul, o polvo oráculo que, para além de supostamente ter adivinhado os vencedores de todos os jogos da Alemanha neste mundial, ainda adivinhou o campeão do mundo antes da final.

Desde que Paul começou a surgir nas notícias, adivinhou os três jogos que restavam. Uma coincidência notável, de facto. No entanto, não tão notável como algumas pessoas querem fazer parecer, pelo facto de, antes desses três jogos, Paul já ter adivinhado uns quantos.

A questão é que Paul só começou a aparecer nas notícias depois de ter adivinhado esses jogos todos. Caso não o tivesse feito, nem teria aparecido. Possivelmente, houve muita gente a tentar adivinhar os vencedores dos jogos com base noutro tipo de selecção aleatória. Nenhum desses métodos chamou a atenção dos jornalistas, excepto Paul, porque os adivinhou. Isso não se trata propriamente de uma coincidência: entre tanta gente que tinha algum método para prever os jogos, seria de esperar que algum tivesse adivinhado todos. Depois, claro, a sorte: após ter chamado a atenção dos jornalistas, Paul adivinhou os últimos três.

Tudo isto para dizer que uma coincidência deixa de o ser quando já teve tantas oportunidades para acontecer que já se espera que de facto aconteça. Por exemplo, quando uma pessoa com quem não falamos há muito tempo nos telefona exactamente quando estamos a pensar nela, costumamos achar isso uma coincidência notável (alguns, por outro lado, acham que foi telepatia). Mas, se tivermos em conta todos os momentos em que pensámos em todas as pessoas com quem não falamos há muito tempo e elas não nos telefonaram, se calhar já colocamos em questão os nossos poderes telepáticos.

Outro tipo de erro comum em probabilidades é ironizado da seguinte forma pelo físico Richard Feynman:
You know, the most amazing thing happened to me tonight. I was coming here, on the way to the lecture, and I came in through the parking lot. And you won't believe what happened. I saw a car with the license plate ARW 357. Can you imagine? Of all the millions of license plates in the state, what was the chance that I would see that particular one tonight? Amazing!
Posto isto, acho que o Paul seria mais útil com arroz ou com batatas a murro.

Monday, July 12, 2010

Quantidade e Qualidade

Todos os anos por esta altura se ouve falar de uma subida no número de vagas no ensino superior, das quais o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior se costuma gabar. Com isto, já todos os portugueses perceberam que temos uma quantidade enorme de cursos e uma quantidade enorme de estudantes no ensino superior. Mas, para além disso, os portugueses também já se aperceberam de outra coisa: quantidade não é sinónimo de qualidade. Curiosamente, desta última nunca se ouve falar.

Exige-se, portanto, que seja dado o próximo passo: quer-se um aumento da qualidade no ensino superior. E, para isso, é preciso começar a ouvir-se falar dessa qualidade, com estudos que analisem o que se está a passar, curso a curso, no ensino superior em Portugal. Caso este estudo fosse feito, chegar-se-ia muito provavelmente à conclusão de que há alguns cursos do ensino superior que não têm condições para existir. E depois exigir-se-ia uma medida politicamente incorrecta que, como sabemos, nenhum governo português teria a coragem de tomar: acabar com esses cursos.

Como se sabe, o desemprego para recém licenciados em muitos cursos é elevadíssimo. A sua existência é uma mentira para as pessoas que neles ingressam e respectivas famílias, que gastam dinheiro a estudar durante três a cinco anos para terem um diploma que não lhes serve para nada. Por isso, a forma como o Ministério se gaba do aumentos de vagas, de ano para ano, é preocupante.

Finalmente, deixo os comentários dos Bastonários da Ordem dos Engenheiros e da Ordem dos Advogados ao crescimento do número de vagas:

Recomeço

Depois de uma experiência num blog conjunto, o Artes Scientia Veritas, e de uma pausa na blogosfera, decidi voltar ao meu antigo blog, onde continuarei a abordar os mesmos temas que anteriormente, sobretudo a ciência e a educação, os temas de que mais me sinto próximo.

Para assinalar o recomeço, decidi mudar o header do blog, embora mantendo o título e a citação de Carl Sagan do respectivo livro, Um Mundo Infestado de Demónios. A conhecida imagem, como provavelmente saberão, é do filme de Stanley Kubrick escrito por Arthur C. Clarke, 2001: A Space Odyssey. A escolha é óbvia: é neste filme que a ciência e a arte se fundem.