Tuesday, May 26, 2009

The World As I See It

Há um livro de Einstein intitulado The World As I See It. Nele, Einstein fala de tudo um pouco no que respeita à forma como vê o mundo, falando em particular dos temas que mais o preocupam e que mais lhe dizem respeito.

É complicado haver título mais esclarecedor do que o desse livro, e referi-o porque achei que não havia forma mais simples e directa de transmitir as minhas intenções com este blog: falar sobre a forma como vejo o mundo, focando-me nos temas que mais me fascinam e nos problemas que mais me preocupam.

O título do blog vem, no entanto, de um outro livro: The Demon-Hauted World: Science as a Candle in the Dark, de Carl Sagan. Este é talvez o livro mais pessoal de Sagan, e um dos livros que tem mais significado para mim. Nele, Sagan defende a importância do pensamento científico na sociedade actual, preocupando-se com o facto de podermos entrar numa nova era de obscurantismo se esse tal pensamento científico não for divulgado convenientemente às pessoas.

Como ele disse numa entrevista, "We have design our civilization based on science and technology and at the same time arranged things so that almost no one understands anything at all about science and technology. This is a clear prescription for disaster.".

Baseei-me então no título deste livro para dar um título ao blog não só pelo significado pessoal que este tem para mim, mas sobretudo porque este é um tema ao qual dedico grande parte do meu pensamento, e que, consequentemente, também dedicarei aqui. É um tema actual e urgente, para o qual as pessoas têm de acordar: num mundo altamente dependente da ciência, é urgente a existência de uma cultura científica, que claramente não existe.

Como disse o prémio nobel Richard Feynman, e um dos grandes físicos do século XX, "Is no one inspired by our present picture of the universe? This value of science remains unsung by singers, you are reduced to hearing not a song or a poem, but an evening lecture about it. This is not yet a scientific age.".

Feynman escreveu-o há mais de 20 anos atrás, mas, até hoje, mesmo com o disparo tecnológico que entretanto ocorreu, nada mudou. Quando despertarão as pessoas para essa era científica? O que falta não é científico nem tecnológico, mas profundamente humano e social: a consciencialização de que, de facto, habitamos essa era. Tal consciencialização consegue-se com conhecimento.