Monday, August 30, 2010

A Personal Voyage

O maior divulgador de ciência ao público geral que o mundo já viu é principalmente conhecido pela série Cosmos, que passou nas televisões nos anos 80. Para além disso, Carl Sagan é autor de inúmeros livros sobre ciência e não só. Um deles deu o título a este blog.

Contudo, por muito que essa série seja conhecida, a maioria das pessoas que nasceram depois da sua exibição na televisão nunca tiveram oportunidade de assistir. Por isso, deixo aqui um resumo de várias cenas da série, feito por um utilizador do youtube.

Muitas das minhas cenas preferidas estão ausentes, mas a escolha de cenas não deixa de ser boa, permitindo ter uma ideia geral sobre o tom e o estilo tão característico com que Sagan transmite a ciência ao público. A forma apaixonada com que fala sobre os assuntos (tão apaixonada que a série tem como subtítulo A Personal Voyage) faz com que o seu fascínio passe de forma contagiante para o espectador.

Esta é uma viagem pessoal que todos deviam acompanhar.


Saturday, August 28, 2010

Sven's Space Place

Durante o curso que referi no post anterior, tive também oportunidade de assistir a duas conferências do sueco Sven Grahn sobre a história da exploração espacial. As suas apresentações tiveram um interesse muito especial pelo facto de Sven Grahn ter quase sempre uma história pessoal a acrescentar sobre grande parte dos acontecimentos que relatou e sobre as pessoas que conheceu graças ao seu interesse pela exploração espacial.

Na verdade, Sven Grahn interessa-se de tal forma por estas questões que mantém um site chamado Sven's Space Place, que dedica especialmente à fase da corrida ao espaço que ocorreu durante a Guerra Fria. Para os interessados por estas questões, recomendo a visita.

Tuesday, August 24, 2010

Regresso

Regressado da Suécia, gostaria de explicar o que mais me impressionou no curso Human Spaceflight and Exploration, um curso de Verão em que estive em Kiruna, a cidade mais a norte da Suécia, acima do Círculo Polar Ártico.

Para além da oportunidade de aprender mais sobre a história da exploração espacial, tripulada e não tripulada, a experiência foi sobretudo importante por algumas das pessoas que estiveram a dar conferências. O interesse e a paixão que depositam naquilo que fazem é impressionante. Nunca antes, nem mesmo na área da música (e os músicos, tal como os artistas em geral, costumam ter a estranha convicção de que só eles gostam verdadeiramente daquilo que fazem, ao contrário do aborrecimento das restantes profissões), tinha conhecido pessoas tão apaixonadas por aquilo que fazem.

Gail Iles, uma alemã com o doutoramento em física, falou sobre experiências em micro-gravidade em que participa (rockets e vôos parabólicos feitos pelo avião zero-g, da ESA), sobre turismo espacial e uma possível ida a Marte no futuro. Depositava um entusiasmo tal ao falar sobre o que fazia, que deixou qualquer um na sala com vontade de ser astronauta.

Gerhard Thiele, um astronauta alemão que fez um vôo no Space Shuttle com o objectivo de mapear a superfície terrestre, deu uma primeira conferência sem qualquer apresentação de slides, tendo simplesmente aberto uma discussão sobre o significado do termo exploração, sobre as diferenças entre explorar e fazer ciência, sobre as motivações que levam o Homem a querer ir ao espaço, e sobre as diferenças em termos de objectivos entre exploração triupada e não-tripulada, à medida que ia moderando e dando a sua opinião sobre estes temas. A facilidade com que cativou a audiência, mesmo com temas tão vagos, foi incrível.

Outros exemplos poderiam ser dados, pois não foram poucos os que me marcaram pelas mesmas razões. Mas para não me repetir mais, e a propósito de discursos inspiradores, deixo apenas o famoso discurso de JFK na Universidade de Rice, a propósito da ida à Lua.