Wednesday, November 10, 2010

Estudantes defendem (os seus?!) direitos


De acordo com uma notícia do jornal Público de hoje,
Por um novo Estatuto do Aluno, pelo fim dos exames nacionais e a favor da Educação Sexual, os estudantes do ensino básico e secundário manifestaram-se hoje um pouco por todo o país.
Estas manifestações de estudantes, em particular as do ensino básico e secundário, não podem ser levadas a sério por uma razão muito simples: de uma forma geral, os manifestantes não estão a defender os seus direitos. Eles podem achar que sim, mas estão enganados.

Há anos que isto vai sendo assim: os alunos do ensino básico e secundário que vão para manifestações não sabem fazer mais do que defender umas quantas políticas insultuosas para quem trabalha, se esforça e tem mérito, desde acabar com os exames nacionais a pedir mais disciplinas sobre "conhecimentos" complementares àqueles que são a principal função da escola; pelo meio, vão-se ainda inventando formas para defender um regime de faltas predominantemente laxista, entre outras coisas.

A verdade é que isto não poderá durar para sempre. Ainda está para nascer alguma associação organizada de alunos que, percebendo que estão a ser vítimas de um ensino pouco exigente e que não os prepara para a vida profissional, vai olhar para as estatísticas da OCDE sobre educação (por exemplo) e dizer que basta de estar constantemente na cauda da Europa (e não só).

Portanto, basta de passar horas infinitas na escola por causa de disciplinas como Área de Projecto e afins, basta de igualdades falsas que só servem para mascarar as desigualdades, basta de teorias pedagógicas que tratam os alunos como crianças infantis e inocentes (um pouco como Isabel Alçada faz no famoso video de abertura do ano lectivo), basta de uma educação facilitista e que não ensina. Queremos aprender Matemática, Português e afins; e queremos mais exames nacionais (até porque não é bom ter-se grande parte da nota de candidatura dependente de um único exame).

No entanto, não tenho dúvidas: poderá demorar anos, mas um tal movimento estudantil, mesmo que muito minoritário, irá com toda a certeza surgir.