Sunday, November 22, 2009

"Fim"

Este será, possivelmente, o último post neste blog. Não se trata, contudo, de um verdadeiro fim, mas de uma transição. Decidi criar um blog juntamente com amigos, que são de áreas diferentes da minha mas com os quais partilho uma parte da minha maneira de pensar. Desta forma, o tom e o estilo dos textos serão semelhantes aos que aqui têm visto, mas as opiniões e os temas serão mais amplos. Espero que tal contribua tanto para o entusiasmo de quem lê como de quem escreve.

Para os que desejarem, podem-me continuar a seguir aqui.

Saturday, November 21, 2009

LHC a funcionar

Depois de mais de um ano parado, o maior acelerador de partículas do mundo está finalmente a funcionar. Já começaram a ser feitos testes no LHC, que o CERN vai comunicando através do twitter. Desde ontem que o anel de 27 km a 100 metros de profundidade já vai sendo percorrido por feixes de partículas.
Há uns dias, o LHC atingira a sua temperatura mínima de 1.9K, mais baixa do que a radiação cósmica de fundo. Isto deve recordar-nos do poder da tecnologia. Criámos seguramente um dos lugares mais frios de todo o Universo.

Thursday, November 19, 2009

Cepticismo Pessoano

O Livro do Desassossego, escrito não por Fernando Pessoa ortónimo mas pelo semi-heterónimo Bernardo Soares, é um livro completamente fragmentado em pequenos excertos que, aparentemente, não formam uma grande ligação lógica entre si. No entanto, à medida que se vai lendo o que lá está escrito, apercebemo-nos de que naquelas centenas de excertos está uma visão completíssima da vida e do mundo. Não é, contudo, um debitar de opiniões pessoais: é como se alguém nos falasse do outro lado, desabafando com toda a sinceridade e honestidade. Foi isso que levou Pessoa a dizer, sobre Bernardo Soares, que "o Livro do Desassossego não é dele, mas é ele próprio".

Sempre que leio algo de Pessoa surpreendo-me de alguma forma. E esta vez, em que me pus a ler/reler alguns excertos do Livro do Desassossego, não foi excepção. Isto porque é muito comum ligar-se Fernando Pessoa ao ocultismo, à espiritualidade e ao misticismo. No entanto, a verdade é que o excerto 256 deixaria qualquer defensor do cepticismo sem palavras a acrescentar.

Tive sempre uma repugnância quase física pelas coisas secretas - intrigas, diplomacia, sociedades secretas, ocultismo. Sobretudo me incomodaram sempre estas duas últimas coisas- a pretensão, que têm certos homens, de que, por entendimentos com Deuses ou Mestres ou Demiurgos, sabem - lá entre eles, exclusos todos nós outros – os grandes segredos que são os caboucos do mundo.

Não posso crer que isso seja assim. Posso crer que alguém o julgue assim. Por que não estará essa gente toda doida, ou iludida? Por serem vários? Mas há alucinações colectivas.

O que sobretudo me impressiona, nesses mestres e sabedores do invisível, é que, quando escrevem para nos contar ou sugerir os seus mistérios, escrevem todos mal. Ofende-me o entendimento que um homem seja capaz de dominar o Diabo e não seja capaz de dominar a língua portuguesa. Por que há o comércio com os demónios ser mais fácil que o comércio com a gramática? Quem, através de longos exercícios de atenção e de vontade, consegue, conforme diz, ter visões astrais, por que não pode, com menor dispêndio de uma coisa e de outra, ter a visão da sintaxe? Que há no dogma e ritual da Alta Magia que impeça alguém de escrever, já não digo com clareza, pois pode ser que a obscuridade seja da lei oculta, mas ao menos com elegância e fluidez, pois no próprio abstruso as pode haver? Por que há-de gastar-se toda a energia da alma no estudo da linguagem dos Deuses, e não há-de sobrar um reles bocado com que se estude a cor e o ritmo da linguagem dos homens?

Desconfio dos mestres que o não podem ser primários. São para mim como aqueles poetas estranhos que são incapazes de escrever como os outros. Aceito que sejam estranhos; gostara, porém, que me provassem que o são por superioridade ao normal e não por impotência dele.

Dizem que há grandes matemáticos que erram adições simples; mas aqui a comparação não é com errar, mas com desconhecer. Aceito que um grande matemático some dois e dois para dar cinco: é um acto de distracção, e a todos nós pode suceder. O que não aceito é que não saiba o que é somar, ou como se soma. E é este o caso dos mestres do oculto, na sua formidável maioria.

Tuesday, November 17, 2009

Plano Inclinado

Serve este post para deixar o video do último Plano Inclinado, mas antes disso aqui ficam algumas opiniões. Depois de ter visto os dois primeiros programas, e tendo em conta que são três dos comentadores que mais aprecio em Portugal (e como tal os pontos positivos que vejo no programa são mais que muitos), gostaria de destacar os seguintes pontos negativos:

1) Medina Carreira está a querer monopolizar o programa, falando a maior parte do tempo, às vezes à custa de interromper os outros. É certo que a proposta do programa foi sua, mas a partir do momento que estão os três no ar, devem estar em pé de igualdade. Isto tem que ser corrigido, não só pelo próprio, que tem que tomar consciência disso, como por Mário Crespo, que deve fazer um esforço para equilibrar os tempos.

2) Nuno Crato parece estar um pouco a leste da abordagem de Medina Carreira e João Duque. O que é absolutamente normal, tendo em conta a sua formação académica e os seus temas de eleição. De qualquer forma, não deve, ao contrário do que tem acontecido, falar menos por causa disso. Em primeiro lugar, os temas discutidos têm de ser mais amplos: há muita coisa mal em Portugal para além do endividamento externo. No entanto, mesmo que o tema seja apenas este, a perspectiva menos técnica de Nuno Crato tem muito para enriquecer o debate. Note-se, por exemplo, que a sua intervenção sobre as potências asiáticas emergentes foi excelente.

3) Mário Crespo, pondo de parte o equilíbrio dos tempos que ainda tem para melhorar, confirma que é de facto o auge da qualidade jornalística em Portugal. Por um lado, não se limita a ser uma máquina que despeja perguntas e passa a palavra entre os comentadores, um sistema utilizado por muitos jornalistas inseguros e incapazes. Por outro lado, recusa um estilo sensasionalista e de querer dominar o debate. Na verdade, quando tem o papel de moderador, o que vemos é um ser humano de carne e osso, com opiniões próprias mas que não quer sobrepor às dos outros, e que, respeitando a seriedade e a ética jornalística, sabe explorar as fraquezas dos comentadores fazendo as perguntas correctas. Exemplo disso foi quando questionou Medina Carreira a propósito de apresentar soluções.

Aqui fica, então, o programa.


Monday, November 16, 2009

A inovação (?) de Saramago

Estalou a polémica com as declarações de Saramago sobre Deus e a Bíblia. É natural: preferimos sempre as questões insignificantes para o nosso presente e futuro do que ter que encarar de frente os reais problemas que enfrentamos. Por isso, decidi não perder tempo a comentar este assunto. Contudo, hoje não resisti. Ao ler uma passagem de The Age of Reason, de Thomas Paine (escrito no século XVIII), não pude deixar de esboçar um sorriso irónico ao lembrar-me das várias vozes que aplaudiram a inovação das críticas de Saramago.

Whenever we read the obscene stories the voluptuous debaucheries, the cruel and torturous executions, the unrelenting vindictiveness with which more than half the bible is filled, it would be more consistent that we call it the word of a demon rather than the word of god. It is a history of wickedness that has served to corrupt and brutalize mankind.

Sunday, November 15, 2009

Plano Inclinado

Hoje, na SIC Notícias, às 22h, a não perder mais um Plano Inclinado, com Henrique Medina Carreira, Nuno Crato e João Duque, moderado por Mário Crespo. Aqui fica o programa da semana passada.

Água na Lua


Ante-ontem, dia 13 de Novembro, o destaque da imagem do Google foi para a confirmação da existência água na Lua. Aquilo de que já há muito suspeitava é agora um dado certo: existe mesmo água no estado sólido no pólo sul da Lua. Apesar de isto já se saber deste 1994, a notícia não deixa de ser surpreendente. Na verdade, não só há água na Lua, como ela existe em grandes quantidades.

A forma como a descoberta foi feita é curiosa. A missão consistiu em fazer o satélite LCROSS despenhar-se na cratera Cabeus, sendo que o impacto provocou um jacto de 1.6 km de altura vapor de água. O Expresso noticiou o evento.

Friday, November 13, 2009

Último Teorema de Fermat

No século XVII, Pierre de Fermat escreveu, na margem de um livro, que não existiam números inteiros que verificassem a equação x^n+y^n=z^n para n>2, e que tinha uma bela prova, mas que ela não cabia naquela margem. A equação parece simples (daí também o seu fascínio), mas deu dores de cabeça a muitos matemáticos durante séculos.

Já no século XX, um jovem de 10 anos de nome Andrew Willes viu o teorema (que ficou entretanto conhecido como Último Teorema de Fermat), e partilhou o fascínio que muitos matemáticos sentiam por ele. A partir desse momento, o sonho dele foi provar o Último Teorema de Fermat.

O fascinante documentário da BBC que deixo aqui em baixo conta a sua história.












Dado que a prova de Andrew Willes seria impossível no século XVII, fica, para sempre, a pergunta: teria Fermat uma prova que nunca ocorreu a ninguém, ter-se-ia enganado a si mesmo na "prova" que construiu (ou seja, a prova que tinha estava errada), ou a anotação na margem seria apenas enganar?

Thursday, November 12, 2009

Muro de Berlim e Liberdade

Volta e meia, o PCP lá nos vai brindando com afirmações que parecem vindas de outro mundo. Desde a democracia da Coreia do Norte de Bernardino Soares aos gulags que talvez tenham existido de Rita Rato, há muito por onde escolher. Estas sucessivas afirmações passam sem causar escândalo ou polémica. Aconteceria o mesmo se um deputado afirmarsse que os campos de concentração nazi talvez tenham existido, mas que não sabe porque não estudou isso muito bem? Não, não aconteceria. E ainda bem, pois seria muito negativo que uma afirmação dessa gravidade fosse deixada passar assim. Só não percebo o porquê da reacção pública, de uma forma geral, ter diferentes critérios consoante o sabor do vento. Terão sido as milhões de mortes nos gulags de menor importância que as dos campos de concentração?

Agora, foi a vez do jornal Avante! ter dedicado uma bela prosa (tão bela que é de ficar com os olhos arregalados) à queda do muro de Berlim. Entre outras coisas, diz o seguinte:

A realidade das últimas duas décadas, não só na Alemanha de Leste, mas também na generalidade dos antigos países socialista do Centro e Leste Europeu, já para não falar da URSS, não testemunha qualquer progresso, por mínimo que seja, para o povo, mas antes um tremendo retrocesso económico e social que reduziu à miséria amplas camadas da população, condenou a juventude ao desemprego, privando a grande maioria de uma perspectiva optimista de futuro.

E, citando um antigo chefe de estado da RDA e dando a entender que o autor concorda com as suas afirmações (aqui fica o link, para não retirar a citação de contexto), está escrito:

«Cada vez mais alemães de Leste constatarão que tinham as condições de vida menos deformadas na RDA do que os alemães ocidentais com a economia “social” de mercado; que as crianças da RDA, nas creches, jardins-de-infância e escolas cresciam mais felizes, menos preocupadas, mais bem formadas e mais livres que as crianças da RFA (...). Os doentes constatarão que, apesar dos seus atrasos técnicos, o sistema de saúde da RDA os considerava como pacientes e não como objectos comerciais (...) Os artistas compreenderão que a censura da RDA, real ou imaginada, não era tão hostil aos artistas como a censura do mercado (...) Reconhecerão que na vida quotidiana, em particular no local de trabalho, tinham na RDA uma liberdade inigualável.»

Só há duas razões para que textos como este passem sem causar escândalo na sociedade portuguesa. Ou é porque aceitamos o que aqui é dito como sendo uma opinião perfeitamente válida, e consonante com o que na realidade se passava na RDA e na URSS; ou então porque achamos estas afirmações tão insignificantes e boçais, de tão ridículas que são, que já não lhes damos qualquer importância. Resta-me esperar que seja pela segunda razão, pois seria grave adulterarmos os factos mais negros da nossa História. Primeiro, porque seria um desrespeito perante os milhões de mortos pelas mãos do regime da URSS, e em particular por aqueles que morreram a tentar atravessar o muro; segundo, porque seria perigoso que as gerações futuras não conhecessem os erros do passado.

É, aliás, a falta de respeito pelas vítimas que mais me choca. Que se atribue à palavra liberdade um conceito altamente duvidoso... enfim, cada um de nós gostará de viver sob determinado regime político, e não vou discutir gostos. Mas que um partido que tanto gosta de glorificar (e justamente) aqueles que sofreram às mãos da ditadura salazarista, lutando contra ela, decida dedicar um texto à "liberdade inigualável da RDA" e se esqueça de referir as centenas de pessoas que morreram a tentar passar o muro, é no mínimo nojento.

Tuesday, November 10, 2009

Data histórica para a ciência

Dia 9 de Novembro, para além de ser uma data histórica em termos políticos, devido à queda do muro de Berlim, é também uma data histórica para a ciência. Só mesmo porque me foi completamente impossível é que não deixei aqui ontem uma palavra a esse respeito. Dia 9 de Novembro de 1934 nasceu Carl Edward Sagan. Teria feito ontem 75 anos, caso fosse vivo.

Carl Sagan marcou uma geração de astrónomos e foi responsável por ter cativado muita gente para a ciência. A sua série de TV, Cosmos, conseguiu fascinar mesmo aqueles que à partida não teriam um grande interesse por ciência. Era um comunicador nato, o grande divulgador da ciência ao público em geral.

Tinha um fascínio enorme pela ciência. Nos seus livros, repete frequentemente a palavra "wonder" quando aborda as maravilhas que as ciência nos trouxe, nos traz, ou poderá trazer. Foi um grande crítico das pseudo-ciências e defensor do cepticismo. Insistiu na elevada probabilidade da existência de vida extra-terrestre, e foi um dos fundadores do SETI. Tinha um enorme interesse por Titan, uma lua de Saturno que os astrofísicos normalmente comparam a uma Terra primitiva, mas mais fria. Foi um dos primeiros a especular sobre os seus lagos de metano líquido, hipótese que se veio a confirmar.

A certa altura, foi diagnosticado com mielodisplasia, tendo acabado por morrer de pneumonia aos 62 anos. Deixou livros, conhecimentos, e uma série de pessoas que, graças a ele, ficaram marcadas pela ciência. Há 3 dias, 7 de Novembro de 2009, celebrou-se o primeiro Carl Sagan Day.

Aqui fica um fascinante excerto do audio-book do livro Pale Blue Dot.


Thursday, November 5, 2009

Conhecimento Geral

O crescente facilitismo em que a educação tem vindo a resvalar não se verifica só pela falta de exigência dos exames, pela progressiva perda de autoridade por parte do professor na sala de aula, ou pela introdução de disciplinas ridículas (áreas de projectos e afins) à custa de outras mais importantes. Também se verifica no facto da especialização do ensino ocorrer demasiado cedo.

Não é aceitável que um cientista ou um engenheiro não saibam escrever um artigo de qualidade exemplar. Não é aceitável que um historiador não conheça a 2ª Lei de Newton. Não é aceitável que um economista não saiba quem pintou determinado quadro famoso. Nem é aceitável que um artista oiça falar da bolsa de valores e pense que se está a falar em alguma língua desconhecida.

Numa educação séria, um aluno não pode estudar só o que quer, o que gosta ou o aquilo para que tem mais jeito. Quando se programa uma calculadora, ela só tem que cumprir as suas função de fazer cálculos, gráficos, etc.; não tem que saber dar chutos numa bola. Quando se fabrica um robot que saiba jogar futebol, ele não tem que nos saber dizer quanto são 2+2. No entanto, quando se prepara um ser humano para fazer seja o que for, ele não pode deixar de ter um conhecimento geral sobre o mundo que o rodeia, para que, de forma crítica, possa pensar sobre ele, assim como comunicar com os que o rodeiam.

Alexandra Azevedo, há uns dias no De Rerum Natura, escreveu um excelente texto que termina assim:

Hoje, tal como ontem, deveríamos querer que os alunos sejam capazes de uma cidadania responsável, tendo para isso de ser proficientes em diversas áreas. Deveriam conhecer suficientemente tanto as ciências como as humanidades, crescendo na virtude e na inteligência. Só assim poderão ter «a justiça como fundamento».

Qualquer modelo no qual os estudos humanísticos e científicos não sejam fortes e complementares fraquejará em vitalidade e integralidade. E fraquejará porque será apenas mais um modelo de moda, temporário. O pulso da nação começará a faltar.

Wednesday, November 4, 2009

1 minuto de astronomia



A propósito do Ano Internacional da Astronomia, a RTP começou hoje a passar uma série de videos de um minuto de um projecto chamado 1 minuto de astronomia. São 13 videos, cada um com um minuto e sobre um tema relacionado com a astronomia, narrados por pessoas famosas da televisão e do cinema, e escritos por alguns cientistas portugueses.

No site, estão disponiveis todos os videos, assim como artigos mais longos sobre cada um dos temas. Embora não seja um programa que vá mudar a atitude das pessoas face à astronomia, nem deixá-las particularmente fascinadas com esta área científica, é sem dúvida um projecto interessante.

E, já agora, aqui fica um desejo: que se publicitasse e voltasse a transmitir a série Cosmos na televisão portuguesa.

Tuesday, November 3, 2009

Privacy and the Quantum Internet

Há um fascinante artigo na Scientific American de Outubro com o título deste post. Segundo o autor, Seth Lloyd, professor no M.I.T. e director do W. M. Keck Center for Extreme Quantum Information Theory, a chave para a segurança e privacidade na internet pode estar na aplicação das (bizarras) leis da mecânica quântica. Lloyd começa por explicar o conceito base:

The ability of quantum physics to supply complete privacy stems from a simple fact: systems in the quantum realm can exist in multiple states. At any particular time, an atom can be in several different places; a particle of light, or photon, can be polarized both vertically and horizontally; an electron's magnetic moment can point up and down, and so on. As a consequence, whereas classical (as opposed to quantum) data bits register either the value 0 or the value 1, quantum bits can register 0 and 1 at the same time. Also, whenever a quantum bit takes on the values 0 and 1 simultaneously, you cannot make an exact copy of that quantum bit, and any attempt to do so will change the state of the bit.

A certa altura, o autor afirma: Although such magic is impossible with current computers, databases and networking hardware, we realized that it is not technologically out of reach. Ao ler esta frase, lembrei-me da terceira das famosas três "Leis" de Arthur C. Clarke: Any sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic. De facto, pensando nas descrições de Seth Lloyd, pode parecer que é magia que este quer aplicar à tecnologia do futuro, e não as leis físicas que regem o mundo. Isto lembra-nos que a terceira lei de Clarke está muito provavelmente certa: alguém que viveu há 200 anos atrás confundiria com magia a maioria dos produtos da nossa tecnologia. Que magias veriamos nós (e que os nossos descendentes verão) se pudessemos espreitar para daqui a 200 anos?

O artigo pode ser lido integralmente aqui.

Sunday, November 1, 2009

Baloney Detection Kit

No livro que dá título a este blog, Carl Sagan desenvolveu algumas ideias com vista à construção de um "kit para detectar disparates". Num mundo em que as crenças, superstições, mitos e teorias de conspiração ainda se encontram muito difundidos, a ideia desse kit é, através do cepticismo e do método científico, ajudar as pessoas a distinguir entre o que é verdade, o que é provável que seja verdade, o que não se sabe, o que é provável que seja mentira, e o que é de facto mentira.

Michael Shermer, um dos mais famosos cépticos actuais, editor da revista Skeptic que escreve mensalmente para a Scientific American e é autor do fabuloso livro Why People Believe Weird Things?, recupera essa ideia iniciada por Carl Sagan e, num video para a The Richard Dawkins Foundation, explica alguns dos conceitos desse kit.


Plano Inclinado

Segundo o jornal Expresso de ontem, vai ter início na Sic Notícias, a partir do próximo sábado, um programa com Henrique Medina Carreira, Nuno Crato e João Duque, onde se vai reflectir sobre os problemas do país. O programa terá moderação de Mário Crespo. Com um "elenco" destes, certamente a não perder.