We embarked on our journey to the stars with a question first framed in the childhood of our species, and in each generation asked anew, with undiminished wonder: what are the stars? Exploration is in our nature. We began as wanderers, and we are wanderers still. We have lingered long enough on the shores of the cosmic ocean. We are ready at last, to set sail for the stars.
É com estas inspiradoras frases que termina um episódio da série Cosmos, de Carl Sagan, intitulado The Backbone of Night. Lembrei-me delas ao ver esta entrevista, uma das mais fascinantes entrevistas de que tenho memória de ter assistido.
Eugene Cernan, o último homem a ter pisado solo lunar, fala das suas experiências em viagens espaciais. E fá-lo de uma forma que me deixou absolutamente espantado e literalmente boquiaberto com o fascínio do que estava a ver. Porque fá-lo com humildade, mas ao mesmo tempo com orgulho; e porque transmite como raramente se vê a importância de uma das características mais essenciais e inerentes ao ser humano: a curiosidade pelo desconhecido e a vontade de descobrir o que esconde por detrás.
A certa altura, o astronauta fala da inevitabilidade de um regresso tripulado à Lua, e de uma primeira vez em que o Homem irá colocar os pés em Marte. Mário Crespo questiona-o, então, sobre a possibilidade de "fechar as portas à evolução e ficar em casa", mas Eugene não vacila nessa questão: para ele, é de facto inevitável que tais viagens aconteçam.
Este testemunho está, pois, de acordo com a frase acima citada de Sagan: as constantes perguntas que colocamos e que vamos renovando desde o início da humanidade não têm fim, pois cada porta fechada abre várias novas portas. E juntanto a isso o facto de sermos wanderers por natureza, não é difícil de concluir que de facto Eugene Cernan e Carl Sagan têm razão. Na verdade, já permanecemos tempo suficiente "em casa". We are ready at last, to set sail for the stars.