Há umas semanas, depois do BlogConf se ter realizado com José Sócrates, realizou-se agora com Francisco Louçã. O professor Paulo Guinote esteve lá, em representação do Educação do meu Umbigo, e, como não podia deixar de ser, falou sobre educação.
Para começar, Paulo Guinote perguntou, muito directamente, se Louçã não considera que o programa do BE para a educação não é "o principal reduto de um certo discurso eduquês dos programas políticos para a educação em 2009". Louçã, como não podia deixar de ser, ligou a cassete anti-liberal e dispara que "o termo eduquês foi inventado por alguns teóricos da educação da ofensiva liberal contra o ensino". E acrescenta ainda: "a crítica que é feita por muitos teóricos da educação de direita, digo já que não a compartilho".
Este é o problema dos políticos quando abordam o tema da educação. A necessidade de reduzir tudo a uma luta ideológica entre esquerda e direita leva a que nunca se discuta o essencial da questão. Não faço ideia se, de uma forma muito geral, a esquerda sente mais simpatia pelas ideias do eduquês e a direita as critíca mais. Mas uma coisa sei: o eduquês não é uma ideia exclusiva da esquerda, e as críticas ao eduquês não são exclusivas da direita. Nuno Crato mostrou isso, sem deixar dúvidas, no seu livro O Eduquês em Discurso Directo com exemplos concretos de pessoas com determinadas convicções políticas, cujas opiniões sobre educação não se encaixam de todo neste estereotipo que se criou.
Mas enfim, para destronar crenças sem fundamentos, não há argumentos possíveis.