Todos os anos por esta altura se ouve falar de uma subida no número de vagas no ensino superior, das quais o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior se costuma gabar. Com isto, já todos os portugueses perceberam que temos uma quantidade enorme de cursos e uma quantidade enorme de estudantes no ensino superior. Mas, para além disso, os portugueses também já se aperceberam de outra coisa: quantidade não é sinónimo de qualidade. Curiosamente, desta última nunca se ouve falar.
Exige-se, portanto, que seja dado o próximo passo: quer-se um aumento da qualidade no ensino superior. E, para isso, é preciso começar a ouvir-se falar dessa qualidade, com estudos que analisem o que se está a passar, curso a curso, no ensino superior em Portugal. Caso este estudo fosse feito, chegar-se-ia muito provavelmente à conclusão de que há alguns cursos do ensino superior que não têm condições para existir. E depois exigir-se-ia uma medida politicamente incorrecta que, como sabemos, nenhum governo português teria a coragem de tomar: acabar com esses cursos.
Como se sabe, o desemprego para recém licenciados em muitos cursos é elevadíssimo. A sua existência é uma mentira para as pessoas que neles ingressam e respectivas famílias, que gastam dinheiro a estudar durante três a cinco anos para terem um diploma que não lhes serve para nada. Por isso, a forma como o Ministério se gaba do aumentos de vagas, de ano para ano, é preocupante.
Finalmente, deixo os comentários dos Bastonários da Ordem dos Engenheiros e da Ordem dos Advogados ao crescimento do número de vagas: