Tuesday, July 20, 2010

Sucesso Finlandês na Educação


A Finlândia tem sido um exemplo de sucesso no que diz respeito à educação. Por isso, José Sócrates cita frequentemente o exemplo finlandês, embora não se perceba muito bem porquê visto que o que se faz cá é exactamente o contrário. Deixo aqui três videos que falam por si (os dois últimos estão relacionados) em que é possível ver como funciona uma aula na Finlândia:
No primeiro video, pode-se reparar que nalguns momentos existe um ambiente de total descontracção, em que a aprendizagem se torna um jogo, mas noutros existem também alguns métodos tradicionais, actualmente muito odiados por algumas pessoas, que se baseiam na reptição em simultâneo com a professora, por exemplo. Este é o momento de aprender; depois, quando se sabe e se tem interesse, aquilo que se aprendeu pode evidentemente tornar-se divertido e até fazerem-se jogos com o conhecimento. No entanto, não é possível jogar com o saber quando não se sabe.

Os dois últimos videos acompanham uma aula prática de ciências em que os alunos têm que dissecar um peixe. A certa altura, o jornalista inglês faz uma observação essencial: o trabalho que os alunos ali estão a fazer não é um mero trabalho prático de observar e cortar, mas também analítico. A professora finlandesa concorda, chamando a atenção para o tempo mais essencial da actividade: o tempo para pensar.

Esta situação lembrou-me o que disse a professora Maria do Carmo Vieira quando foi ao Plano Inclinado, criticando os horários, o número de disciplinas dos alunos e os conteúdos programáticos, afirmando que não só se tirou o tempo para os alunos pensarem, como também se tirou dos conteúdos tudo aquilo que faz pensar e que incita a reflexão.

Finalmente, vale a pena chamar a atenção para um último ponto. Este tipo de actividades lúdicas que se fazem nestas aulas não são possíveis quando não se sabe. Não valeria a pena colocar alunos nas salas de aula portuguesas a dissecar peixes e a fazer jogos matemáticos. Para isso, já tinham antecipadamente que saber o suficiente de biologia e de matemática.