Em Julho do ano passado, escrevi um texto sobre a forma como o GAVE estava a lidar com os erros que iam sendo detectados nos exames e com as críticas que saíam na comunicação social. Os casos foram estranhos e preocupantes: respostas directas a jornais em que o autor expressava a sua opinião pessoal quanto ao facilitismo dos exames num editorial; apressarem-se a colocar o título chamativo "A Sociedade Portuguesa de Química Errou" (sobre um parecer que deu), mas ao mesmo tempo corrigirem um erro sem fazerem qualquer comentário, colocando apenas horas depois um esclarecimento em que aproveitam para se auto-elogiar.
Como sempre, este ano voltaram a haver erros. Mas, mais grave que aparecerem erros em exames que têm um ano para serem preparados, é o GAVE não saber lidar com eles. A leitura deste texto de Carlos Fiolhais é indispensável, pois a história que relata é simplesmente chocante. Uma professora de Biologia e Geologia denunciou um erro num exame, a propósito de uma pergunta de escolha múltipla cuja resposta estava claramente errada, recebendo respostas do GAVE que revelam a falta de conhecimento dos seus responsáveis, e que ignoraram o facto da professora estar correcta. Como termina Fiolhais, Pasmem-se:
os alunos que dominavam a matéria e responderam correctamente tiveram uma resposta considerada errada e, se calhar, não puderam entrar no curso que queriam. E os outros, que sabiam pouco (tão pouco como o GAVE) foram premiados com uns pontos e, quiçá, aí estão colocados. Assim vai o ensino em Portugal...