Em jeito de conclusão, e recordando um pouco o que foi dito nos textos anteriores sobre este tema, deixo uma lista daquelas que considero ser as principais mudanças necessárias para que Portugal possa sair da crise social e financeira em que se encontra.
- É necessário mudar as mentalidades: como se viu, os nórdicos estão conscientes de que, por vezes, é necessário trabalhar durante mais anos, ou fazer outro tipo de sacrifícios para que o futuro possa ser melhor; não basta ir protestar contra as medidas de austeridade (embora às vezes isso seja necessário), também é preciso entender a sua necessidade e lutar para que, no futuro, elas não voltem a ser precisas.
- É necessário saber pensar a longo prazo: os cidadãos querem ver resultados imediatos, por isso exigem medidas nas áreas que permitem resultados visíveis no curto prazo; os políticos querem ganhar eleições, por isso pensam a cada legislatura; é preciso que os cidadãos comecem a pensar a longo prazo, exigindo que os políticos pensem nas gerações futuras.
- É necessário diminuir drasticamente a corrupção: como é que isso se consegue é incerto, mas não o vejo a acontecer sem antes estoirar um escândalo a sério que provoque uma mudança generalizada nas pessoas da política e nas suas atitudes; se essa for a única hipótese, então que aconteça de uma vez por todas.
- É necessário estar consciente da realidade das dificuldades que se enfrentam: a negação desta é condição suficiente para a incapacidade de melhorar; o primeiro passo é reconhecer o que está mal e a necessidade de mudança.
A estas necessidades juntar-se-iam outras, mas não vale a pena continuar. A ideia ficou explícita, importando ainda dizer que o caminho é longo e difícil, mas possível, com esforço e dedicação. Talvez um dia, em que as ideias desta lista estejam alcançadas, também partilhemos esse "segredo" que só pertence aos melhores países do mundo: a confiança.
Nota: fotografia tirada às 23h.